01/10/2019

Hey!
Primeiramente, como vocês estão? Sei que, na maioria das vezes, falo sozinha por aqui. Mas isso é uma das boas partes de ter um blog: escrevo porque gosto, não necessariamente com o interesse de adquirir leitores. Mais exclusivamente neste post, não é preciso divulgação nem nada do tipo. Ele é apenas para falar. Recentemente, li o livro "Garota Online", da Zoe Sugg. Não tive nem oportunidade nem tempo para escrever a resenha de uma obra que gostei muitíssimo mas, quero fazê-la então não pretendo contar demais sobre tal nessa postagem. Porém, a Penny, personagem principal, me ensinou muitas coisas. 

A primeira delas é que existem pessoas com problemas tão difíceis quanto ou até mais que os meus, no quesito ansiedade. Entenda bem: eu já tinha plena consciência disso antes da leitura mas ela me fez passar pelo menos uma hora realmente pensando sobre o assunto. A segunda, que me fez largar meus trabalhos acadêmicos por um curto período de tempo e vir escrever, é sobre a confiança. A Penny é uma blogueira anônima, tem ataques de pânico, não gosta de seu visual e se acha um desastre ambulante. Acho que, em pelo menos algum momento de nossas vidas, fomos ou vamos ser um pouco Penny. 

"Mas Sarah, você só tem dezenove anos! Pare de show!" Calma, vou explicar. Acredito que nunca tenha falado aqui mas me dividi em duas pessoas: a Sarah do blog e a Sarah da vida real. A principal diferença é que uma delas não tem medo de quase nada, se comunica relativamente bem e faz amigos de várias partes do país. A outra, entretanto, tem medo de errar, tem medo de ser incapaz e passou boa parte do tempo de vida fingindo ser alguém que não é e aturando pessoas que não deveria aturar. 

A primeira "evidência" dessa separação é que a maioria das pessoas que convive comigo no dia-a-dia sabe que eu tenho um blog mas não sabe o nome dele. Isso é devido ao fato de que, sempre que sou perguntada, não consigo dizer "Nerd Absoluta". Isso mesmo! Criei um blog há anos, adoro o que faço aqui, o que escrevo e como me relaxa mas tenho vergonha de dizer o nome do meu próprio blog. Cheguei a pensar que o problema era o nome. Afinal, fazem muitos anos desde a criação e talvez o nome não combine com a Sarah atual. Mas depois dessa leitura, cheguei a conclusão que o nome não é o problema. O problema sou eu. Sei que soa pesado dizer isso e sei que a interpretação da frase "o problema sou eu" nem sempre sai uma coisa muito boa mas, é a verdade. 

Quando digo que "o problema sou eu", quero dizer que a culpa não é de um simples nome de blog. A culpa é da falta de confiança que tenho em mim mesma e, assim como me vi na Penny, sei que muita gente entende exatamente o que eu quero dizer. Mas isso não é algo que criamos ou nascemos com. Em uma parte da música Scars To Your Beautiful da Alessia Cara:
"Oh, she don't see the light that's shining
Deep within the eyes, can't find it
Maybe we have made her blind
So she tries to cover up her pain and cuddle woes away"
Este trecho representa muito: para várias situações da vida e para qualquer pessoa, homem ou mulher. Nossas inseguranças são fruto de algum momento em nossa vida que talvez tenhamos sido "cegados" e impedidos de perceber nossa própria luz. É isso que quero dizer quando falo que "o problema sou eu". Eu sou o problema das minhas inseguranças, dos meus medos, embora provavelmente não tenha colocado essas dúvidas na minha cabeça por vontade própria.

Mas Sarah, de novo, por que essa falação toda? Por que me dei conta que, mais uma vez, deixei de fazer as coisas que eu gosto por medo. Novamente, estava me tornando alguém que achava que os outros iam gostar, convivendo com pessoas que não me queriam bem e tentando cultivar amizades que sequer mereciam ser cultivadas. A Sarah de verdade, a real, é a que passava horas escrevendo  num blog, lendo livros, comunicando-se com gente de várias partes do país ou até mesmo de outros países. É a Sarah que não tem medo de alguém julgar ela, que faz o que gosta porque simplesmente se sente feliz. 

E isso me deixou extremamente triste. A pessoa que sou fora da internet é como a Penny: não se encaixa e tem medo de admitir isso. Tem medo de ficar sozinha e por isso engoli sapos que não precisava. Mas agora quero mudar isso. Quero saber como num texto que escrevi aqui: só ser, me apaixonar pelo imprevisível e sair da gaiola que eu mesma me coloquei. 

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