[RESENHA] O Pacto - Joe Hill
Nome: O Pacto
Autor: Joe Hill
Editora: Arqueiro
Número de páginas: 320
Ano: 2010
Gênero: Terror / Suspense
Merrin Williams foi morta e estrupada e seu namorado, Ignatius Perrish, é o principal suspeito. Durante cerca de um ano, Ig sofreu com a morte da garota que tanto amava e foi excluído pela população que acha que ele cometeu um crime tão horrendo.
Numa manhã, após acordar depois de uma noite de bebedeira, ao olhar no espelho o homem vê que há dois chifres em sua cabeça. Decido de que está doente e tendo alucinações sobre ter chifres, Ig vai ao médico e já no consultório percebe uma coisa estranha: quando estão na presença dele, ao invés das pessoas se assustarem com os tais chifres, elas são compelidas a lhe contar seus maiores desejos e vontades, por mais ruins que sejam. Percebe também que, ao tocar nessas pessoas, consegue visualizar seus pecados.
Todos em torno de Ig começam a contar verdades, desejos e vontades assim que estão em sua presença. E não é diferente com seus pais, que ele descobre que só fingem gostar dele. Sua avó, que parecia ser a única que lhe trazia paz e conforto nesse último ano, também acaba falando o que realente sente em relação ao neto. Só que, de todas as confissões, a que mais surpreende é a de seu irmão mais velho, Terry Perrish. É a partir desta declaração que ele resolve assumir de vez sua nova forma: ele é o diabo.
"— Não quero mais que você seja meu filho — disse ela. — É difícil demais. Preferia ter tido só o Terry."
Na adolescência, estava na moda explodir coisas. Eric, um amigo de Terry, arrumou as chamadas bombas-cereja, que embora sejam pequenas, podiam fazer um estrago muito grande. Terry, Ig, Eric e mais alguns garotos se juntaram numa praia para explodir um frango congelado com essas bombas e, na reviravolta do êxtase da explosão, surge uma aposta: se o jovem Ig descer nu em um carrinho de supermercado uma trilha íngreme e enferrujada, ganha a última bomba-cereja. Acordo feito, ele desce e, poucos minutos antes de morrer afogado, Lee Tourneau, o salva.
Ig, naquela época, já conhecia Lee de vista. No domingo em que fora na igreja, sentado atrás da bela menina ruiva que insistia em piscar luz com seu colar nos olhos de Ig, estava um garoto loiro, de olhos azuis, bem parecido com a figura de César. Ele também tentava chamar a atenção da garota, que por sua vez o ignorava. Mais tarde, ao sair da igreja, a garota deixou o crucifixo esquecido no banco e o jovem Ignatius resolve que vai consertar o fecho quebrado e devolver para a linda menina.
Os garotos se tornaram amigos e o Lee diz que pode concertar o colar para Ig e devolver para a garota, poupando assim o esforço. Só que, no domingo seguinte, quando chegam à igreja, percebem que a garota não está mais lá. Ig então descobre que ela se chama Merrin e que está de mudança para a cidade e por isso não compareceu à missa. Decido a devolver o colar ele mesmo, troca sua bomba-cereja com Lee pelo colar e no domingo seguinte encontra a garota.
— Ig, eu deixei o crucifixo no banco pra você.
Durante a leitura de O Pacto, me surpreendi muito. Há um ano fiz uma postagem sobre o filme aqui no blog (veja aqui) e o que mais me espantou foi que ambos são de tirar o fôlego. O autor, que como vocês já devem saber, é filho do mestre Stephen King, não poupou palavras para contar a história de Ig e Merrin. Me surpreendeu a facilidade com que ele descreveu as cenas e com que nos fez mergulhar de cabeça na história. Embora não seja um livro grande, ele requer tempo para ser lido. Várias vezes durante a leitura, Joe Hill nos faz sentir perdidos, repensar nossos conceitos de forma geral.
Antes de iniciar a leitura, achei que ter visto o fiilme de alguma forma ia "quebrar" a surpresa em certos acontecimentos. Estava redondamente errada. Ter visto o filme só me fez saber uma coisa que está explicita nas primeiras cinquenta páginas e, mesmo não tendo colocado esse fato na resenha, não pode ser considerado um spoiler.
Uma das coisas que me irritou bastante no começo da leitura foi a troca contínua de focos. Uns capítulos focando somente no Ig e de repente começam a focar em Lee ou mudam bruscamente dos acontecimentos atuais para acontecimentos do passado. Creio que isso me incomodou porque não estou acostumada com essas trocas muito rápidas como o autor fez e, mais tardar na leitura, consegui entender que essas trocas era essenciais para o entendimento geral da história. A escrita do autor está longe de ser leve mas é fluida, nos dando o tempo certo para compreender cada coisa.
Ig, que no começo do livro tentava mostrar que não era o culpado, mais tardar percebemos que ele agora não se importa que os outros pensam. Ele só quer punir o culpado e, talvez, se punir em partes. Vemos a evolução do personagem, a aceitação dele diante de sua nova realidade, seus pensamentos sobre determinados pontos. A narrativa, em segunda pessoa, não nos deixa enjoar livro, tornando tudo ao mesmo tempo explícito e oculto.
Minha nota para este livro não podia ser menos que cinco estrelas! Foi a minha primeira relação com o gênero e creio que comecei com o pé direito. Meus parabéns à Joe Hill, que com toda certeza merece os mais variados elogios que já recebeu pela obra. O filme, embora já tenha dito, é de de tirar o fôlego. Mas, o livro, supera quaisquer expectativas.
Antes de iniciar a leitura, achei que ter visto o fiilme de alguma forma ia "quebrar" a surpresa em certos acontecimentos. Estava redondamente errada. Ter visto o filme só me fez saber uma coisa que está explicita nas primeiras cinquenta páginas e, mesmo não tendo colocado esse fato na resenha, não pode ser considerado um spoiler.
Uma das coisas que me irritou bastante no começo da leitura foi a troca contínua de focos. Uns capítulos focando somente no Ig e de repente começam a focar em Lee ou mudam bruscamente dos acontecimentos atuais para acontecimentos do passado. Creio que isso me incomodou porque não estou acostumada com essas trocas muito rápidas como o autor fez e, mais tardar na leitura, consegui entender que essas trocas era essenciais para o entendimento geral da história. A escrita do autor está longe de ser leve mas é fluida, nos dando o tempo certo para compreender cada coisa.
Ig, que no começo do livro tentava mostrar que não era o culpado, mais tardar percebemos que ele agora não se importa que os outros pensam. Ele só quer punir o culpado e, talvez, se punir em partes. Vemos a evolução do personagem, a aceitação dele diante de sua nova realidade, seus pensamentos sobre determinados pontos. A narrativa, em segunda pessoa, não nos deixa enjoar livro, tornando tudo ao mesmo tempo explícito e oculto.
Minha nota para este livro não podia ser menos que cinco estrelas! Foi a minha primeira relação com o gênero e creio que comecei com o pé direito. Meus parabéns à Joe Hill, que com toda certeza merece os mais variados elogios que já recebeu pela obra. O filme, embora já tenha dito, é de de tirar o fôlego. Mas, o livro, supera quaisquer expectativas.
4 comentários
Olá Sarah, eu assisti o filme quando ele foi lançado e me apaixonei pela historia e desde de então quero muito ler esse livro *-* Fiquei mega feliz de saber que o livro trás muito mais coisas e surpresas *-* Adorei sua resenha que só me lembrou que eu tenho que lê-lo logo.
REPLYVisite "Meu Mundo, Meu Estilo"
Essas trocas temporais e de focos não me incomoda. Ao contrário, curto livros assim. Outro elemento da obra que deve me ganhar é essa escrita menos leve do autor.
REPLYÓtima resenha e boa dica.
Desbravador de Mundos - Participe do top comentarista de agosto. Serão dois vencedores e um deles levará um vale compras!
Leia mesmo! É incrível se for comparar um com outro. Todos dois contam a história de uma forma impressionante.
REPLYCom toda certeza você vai gostar deste livro! Principalmente por que gostou de O Vilarejo. Essas trocas me incomodaram num primeiro momento por conta de não estar acostumada com elas. Vou ler mais livros assim!
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